Testemunho dos Pequeninos
Da tragédia à esperança
“Conhecer a história de vida destes pequeninos é dar um mergulho num mundo de dor e sofrimento”.
Uma menina viu seus pais saindo para trabalhar na lavoura. No caminho ambos foram emboscados por guerrilheiros cruéis. Foram degolados. Ela viu seus corpos inertes chegando naquele anoitecer. Depois um vizinho a levou, estes também morrem por razões que ela não sabe ou não se lembra e ela sai andando pelas estradas poeirentas do seu país. Mendigando aqui, dormindo no relento ali, até que um dia...
Pequenina A
Sudão do Sul, África
Outra menina ouviu um barulho assustador no quintal. Não deu nem tempo para ver o que era, soldados entraram em sua casa. Soldados? Mas como?! Tribos rivais se digladiam sem misericórdia nesta guerra imbecil que assola o Sudão. Machetes afiadas cortavam os ares e seus olhinhos infantis viram seus pais sendo mortos. Correu, correu, mas foi alcançada. Levada de um lado para o outro, pequena demais para ser usada sexualmente, porém já grande suficiente para ser vendida no mercado de escravas. Viu aqueles seres brutais e animalescos levando-a à feira de uma grande cidade sudanesa. Enquanto ela esperava, viu que eles tentavam negociá-la, até que um dia...
Pequenina B
Sudão do Sul, África
Um menino estava dentro de sua casinha típica. Lá fora a mamãe fazia a comidinha cheirosa no fogão sobre o chão como é o costume no Sudão. De repente ouviu gritos lancinantes de seus pais que convulsionavam rolando pelo chão. Os vizinhos corriam acudindo o casal, mas era tarde. Alguém que os odiava, um inimigo que o menino não sabe explicar de onde, nem o porquê, havia envenenado a comida da família. Ele escapou por pouco. Por ser ainda pequeno naquela época, não sabe explicar porque acabou andando pelas ruas, sujo e esfomeado, sem quem o curasse de sua tragédia, de sua saudade da mamãe, até que um dia...
Pequenino C
Sudão do Sul, África
Outro menino não se lembra de nada, só de ter ficado sozinho, sem ninguém. Um bloqueio, quem sabe benéfico, apagou todas as lembranças de como foi o desaparecimento de seus pais. Suas últimas memórias são de lugares muito sujos, mas ele se lembra da comida que comia. Sim, ele se lembra das bolachinhas de barro com os quais enchia seu estômago matando a fome desesperada. Esperando às vezes alguém deixar um pouco de comida no prato, ele seguia de vez em quando para a feira da cidade, até que um dia...
Ah Graças a Deus, ATÉ QUE UM DIA...
Pequenino D
Sudão do Sul